terça-feira, 12 de maio de 2009

O Administrador com conteúdo - Economia em ação (parte 1)


Sumário Executivo

O administrador de empresa é um profissional que aborda não apenas o que tange a sua área de atuação, pois este profissional é cobrado dia a dia a estar mais próximo do que se pode chamar “profissional multidisciplinar”. De maneira que não é mais suficiente um administrador que seja bom nisto ou naquilo, pois o mercado tem cobrado cada dia mais conteúdo, dentre outras coisas, em sua estrutura de formação.

Não é raro encontrar administradores que são muito bons no quesito especificidade, mas que perdem pontos quando o seu escopo de atuação é cingido por questões que saem dessa esfera. Um administrador não é mais avaliado, simplesmente, por ser profundo conhecedor de finanças, ou marketing, ou recursos humanos, etc. Mas não conhece, pelo menos, o básico das áreas como: psicologia, sociologia, filosofia ou como este esse artigo se propõe economia.

Os administradores aprendem na faculdade que “economia é a ciência que aloca recursos distribuindo de forma racional em lugares específicos”. Mas, e o vocabulário que exige do administrador uma compreensão prática quando se esta assistindo um noticiário e ouve algo do tipo “a balança comercial fechou negativa”, ou “a conta corrente do país cresceu 3% frente ao último ano”, ou “o PNB do Brasil está crescendo de forma tremenda frente às aquisições feitas em outros países”. É engraçado que muitas pessoas ouvem essas notícias, às vezes até mesmo comentam, mas não se preocupam em entender de fato. Apenas ouvem e cumprem a missão de assistir o seu jornal diário.

Pela razão exposta acima criei essa série de artigos que tem como finalidade proporcionar um vocabulário inteligível que incite a busca de outras compreensões, tendo em vista que entender de economia, no mínimo seu vocabulário básico, é uma obrigação de administradores que tem visão sistêmica e vivem em face de um mundo tão globalizado que tem se exposto a crises que são, perfeitamente, compreensíveis do ponto de vista da economia.

O meu compromisso é tentar confrontar alguns entendimentos que, embora, tenham alguns pontos similares em sua compreensão total possuem diferenças hercúleas. Por essa razão é preciso investigar para não “pagar o velho mico” ou simplesmente para não se perder no momento em que ouvir a divulgação do valor PNB e espalhar que é o PIB. Engraçado, recentemente um amigo fez essa confusão, por isso me senti tentando a escrever a respeito e espero ajudar.

PNB x PIB

O PIB como a própria sigla aponta é Produto Interno Bruto, em outras palavras é tudo aquele que se produz nas fronteiras de um país e apenas nestas. Sejam produtos, sejam serviços, caso sejam dispensados em território nacional, serão computados no valor do PIB.

Um ponto que alguns bons entendedores se esquecem muitas vezes no conceito do PIB é que ele descarta a comercialização de insumos, também chamados de bens de consumo intermediários. A razão é simples, quando se computa os insumos utilizados na fabricação de um livro, por exemplo: celulose (para formar as folhas), tinta (para pintar a capa), etc, esta correndo o risco de computar esse valor duas vezes, como assim? O livro será computado duas vezes, sendo a primeira no processo de fabricação (comercialização dos insumos), e a segunda na comercialização do livro propriamente dito, o que dobraria o valor do livro. Por essa razão não se computa insumos. E sim, apenas, os bens de consumo reais e os serviços finais, com a finalidade de evitar a dupla contagem da cadeia de produção.

O PNB, Produto Nacional Bruto, é um indicador mais fiel ao comportamento produtivo de uma nação, pois além de computar o que o PIB aborda, ele também considera os bens e serviços produzidos no exterior a partir de uma empresa nacional. O exemplo: A Friboi é uma empresa brasileira e a maior exportadora de carne do mundo. Esta empresa fez diversas aquisições de frigoríficos nos Estados Unidos, portanto gera receita no exterior. Para efeitos do PIB a receita liquida gerada por essa empresa no Exterior e enviada para o Brasil, não são computadas, mas para o PNB essa receita líquida deve ser acrescida, pois é capital nacional no exterior, mas que retornou aos pais de origem.

De uma forma prática o PNB é.

PNB Brasileiro = PIB + Receitas Enviadas para o Brasil - Receitas enviadas ao Exterior.

No caso de investimentos por parte de multinacionais enviadas para o nosso país, o PNB também acrescerá no que tange a receitas enviadas para o Brasil, no entanto, o capital que essa multinacional enviar para o exterior será subtraída do PNB a partir das receitas enviadas ao exterior.

É preciso levar em conta que o cálculo do PNB possui uma cobertura mais abrangente que o PIB, mas o comum é encontrar a divulgação do PIB, raramente a do PNB. Pois, o sistema acredita que o importante é o que se produz dentro das fronteiras de seu país. O que não é bem verdade em mercado tão aberto e que tende a crescer cada vez mais para fora (outros países). O Brasil possui diversas empresas que também estão presentes no exterior, como por exemplo: a Vale, Friboi, Grupo X, Sadia, Marcopolo, Perdigão, Votorantim, etc.

Uma nação precisa estar atenta ao PNB, pois é ele quem proporciona o equilíbrio do que sai e entra de um país do ponto de vista de investimentos, recebimentos e envios de capital, de maneira que, a depender do grau, é possível ter sua contabilização prejudicada no processo devido à necessidade de enviar remessas para o exterior.

Caso tenham alguma dúvida voltada à área de administração com um todo, entendimento de algum vocabulário ou questões econômicas estou a disposição no email: ramonbarrosadm@gmail.com


Take care